segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Do coração de uma mamãe DM1

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  Tenho refletido ultimamente sobre a maternidade em uma mulher diabética tipo 1. Gerar uma vida, na minha opinião, é uma dádiva divina, tão especial e tão única que me faltam mais palavras para descrever esse momento na vida de uma mulher. Gerar uma vida sendo diabética tipo 1... bom, apesar de ter escrito um pouco sobre isso aqui no meu blog, também me faltam palavras para descrever esse momento... rsrsrs... (para isso, não deixe de ver o blog da Kath, que conta o dia a dia de sua gravidez).
   Bom, a Lorena, minha filha, agora está com 3 anos. Ela já viu muita coisa sobre o diabetes. Quando ela tinha 1 ano, ela chorava toda vez que me via trocar a cânula da bomba de infusão de insulina. Ela já viu muitas hipos da mamãe. Ela já conseguiu arrancar a cânula do meu corpo com a sua perninha (incrível a força que um bebê tem!). Hoje em dia, ela sempre vê muito curiosa os dextros que eu faço e toda vez ela pede para eu fazer nela. Um dia eu fiz e para minha surpresa ela gostou de ter o dedinho furado! 
   Outra noite a Lorena estava dormindo na minha cama e ela caiu. Coitada, ela chorou tanto! No meio da choradeira ela diz "ai... eu tô com hipo!". Eu e meu marido rimos muito!!   Na semana passada, estávamos dividindo uma sobremesa que tinha sorvete e ela comeu toda a parte dela. Eu tinha separado um pedacinho bem pequeno para comer e ela me pergunta "mamãe, você tá com hipo?", eu respondo "não, filha" e ela me diz "então me dá o seu sorvete!" (eu tenho que explicar para ela o que é contagem de carboidrato... rsrsrs...).    
Minha linda Lolinha!
   Eu tenho muitas histórias para contar da Lorena e a sua percepção sobre diabetes. Porém, tem uma coisa que ela faz, de tudo o que eu falei, que corta o meu coração. Frequentemente, quando estamos nos divertindo com alguma coisa ela para e me pergunta "Mamãe, você tá com hipo?". Essa pergunta não é por interesse na minha comida, como no dia da sobremesa, mas é a preocupação da mamãe dela estar passando mal. Eu não queria que a minha filha nunca se preocupasse com isso, não queria mesmo, mas essa é a realidade da nossa família. Essa é a única realidade que a Lorena conhece.
   Ser mãe e ser diabética é assim. Dias bons, dias não tão bons, como de qualquer mãe. Tem dias que eu questiono a minha habilidade de ser mãe, especialmente quando preciso cuidar da Lorena sozinha e tenho uma daquelas hipos avassaladoras e que parecem que eu não vou dar conta de nós duas. Uma coisa que eu posso dizer é que a Lorena é uma grande fonte de inspiração para eu me cuidar. Eu quero estar bem para ver a minha filha crescer. Eu quero ter visão perfeita para ver o dia da formatura dela. Do casamento dela então, nem se fala. Eu quero ter saúde para quem sabe algum dia ajudar a cuidar dos meus netinhos, assim como a minha mãe e a minha sogra me ajudam tanto a cuidar da Lorena!
   Ser mãe e ser diabética é uma tarefa complexa, que exige bastante da gente. Porém, é a melhor tarefa do mundo! Ser mãe faz todo o esforço que fazemos para ter um bom controle glicêmico valer a pena!
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